AS PRÁTICAS DA MUTILAÇÃO FEMININA
As mutilações dos genitais femininos, chamadas também de circuncisão feminina, compreendem vários tipos de práticas.
• A abscisão consiste no corte parcial ou total do clitóris. A abscisão pode ser realizada logo após o nascimento da menina, depois de meses ou anos, ou na entrada da puberdade. É sempre praticada por mulheres anciãs com algo cortante que pode ser navalha, faca ou pedaço de vidro, sem preocupações com a assepsia.
• A labiotomia é a extirpação dos grandes e/ou pequenos lábios, muito praticada na Somália, onde se estima que 98% das mulheres foram submetidas a esse procedimento doloroso. Está difundida também na Eritréia, Etiópia, Serra Leoa, Sudão, Quênia, Mali e Burkina Faso. Embora sejam países de maioria islâmica, a prática não é ligada a preceitos corânicos que prescrevem somente a circuncisão masculina. Existem documentos que indicariam como essa tradição já era praticada há mais de 6 mil anos.
• A infibulação é o procedimento em que a vagina vem quase totalmente costurada, deixando somente uma apertura para o escoamento da urina e do sangue menstrual. Em algumas tribos, se introduz um pequeno canudinho – fíbula – para manter a abertura. Muitas vezes com a abscisão do clitóris, a infibulação é realizada na puberdade e pode ser efetuada outras vezes durante a vida da mulher. Antes do casamento, mulheres anciãs reabrem a sutura para propiciar o ato sexual e o parto.
A repetição da infibulação provoca distúrbios psíquicos além de hemorragias e infecções na região genital, que podem conduzir à esterilidade, infecção e morte da mulher.
A mutilação dos genitais femininos são antigas tradições rituais, costumes que procedem das noites do tempo. Estão difundidas na faixa saariana e oriental da África entre populações cristãs, animistas e muçulmanas, embora não tenham origem nem na Bíblia nem no Alcorão. Em algumas etnias do norte do Quênia e do Mali, essas mutilações fazem parte dos ritos de iniciação das meninas à idade adulta.
No mundo, existiriam 130 milhões de mulheres (100 milhões seriam africanas) que foram literalmente dilaceradas pela amputação dos seus órgãos sexuais e, conforme estimativas comprovadas, mais de 6 mil meninas, a cada dia, são submetidas a esse tipo de violência. Cortam-lhes o clitóris, com facas, lâminas de navalha, fragmentos de vidros, sem a mínima assepsia nem anestesia.
Para outras comunidades rurais, as mutilações genitais seriam a garantia da virgindade da mulher, da sua fidelidade e da sua fertilidade, e se traduzem como um eficaz método de controle sobre a sexualidade feminina por parte do homem (pai ou marido). A excisão do clitóris em algumas tribos da Somália e do Sudão, serviria para aumentar o desejo sexual e protegeria a mulher de tentações, a fim de preservar a sua castidade até o matrimônio.
No Egito, os genitais femininos externos são considerados “impuros” e a menina que não for circuncisa é chamada de nigsa, isto é, suja. Na Somália, uma mulher não infibulada é considerada uma mulher de costumes fáceis e, portanto, será expulsa da aldeia ou do bairro onde mora. De outras, são arrancados os genitais inteiros. Outras são submetidas à infibulação, chamada também de circuncisão faraônica, que é uma intervenção devastadora na psicologia da mulher, perigosa para a saúde e pode ser repetida outras vezes na vida. Essas práticas rituais são difundidas especialmente em 28 países do continente africano, mas também no Extremo Oriente e, ultimamente, na Europa e nas Américas, como conseqüência do fluxo migratório.
Comportam muitos riscos para a saúde e sobrevivência das jovens e das mulheres submetidas, seja porque realizadas por pessoas incompetentes, seja pela total ausência de normas higiênicas. São comuns, portanto, as hemorragias, infecções e, futuramente, as relações sexuais extremamente doloridas e os graves problemas no momento do parto, além da morte que ceifa muitas, após o ritual. Além dessas conseqüências físicas, existe o dano psicológico das mulheres que ficam excluídas de uma normal e equilibrada vida sexual.
A batalha contra essas mutilações ainda é difícil porque, além delas serem defendidas como tradições culturais e tribais arraigadas há séculos, defronta-se, também, com o silêncio, o medo e a reticência das mulheres africanas. A solução, portanto, está condicionada a uma tomada de consciência das mulheres-vítimas. Muitas delas preferem perder a sexualidade antes de perder a autonomia e o poder, privilégios concedidos somente àquelas que obedecem à cultura e à tradição da sociedade patriarcal que domina o ambiente em que estão inseridas. As moças africanas, que fogem dessas práticas, desonrariam a família e são colocadas num nível social mais baixo na sociedade étnica e têm escassas possibilidades de se casar.
Hoje, mulheres africanas e de outros países ousam se rebelar e lutar para mudar a situação. aderem à campanha internacional “Stop-FGM. Stop às mutilações genitais femininas”, lançada pela Associação italiana de mulheres para o desenvolvimento (Aidos), em colaboração com a Associação das mulheres da Tanzânia (Tamwa) e, ainda, com a “Organização não há paz sem justiça”.
Nossa é triste de acreditar que pessoas se submetem a isso . :/
ResponderExcluirRealmente é triste ver que ainda nos dias de hoje pessoas concordam com esta barbaridade cometida a estas mulheres, saber que a ignorância das pessoas agridem o direito de outras pessoas viverem a sua vida sem problemas psicológicos.
ResponderExcluirA ONU deveria lançar um programa dando refugio em países desenvolvidos para estas mulheres terem uma vida normal.
Concordo contigo. Quantas mulheres não devem estar sofrendo até hoje por terem sofrido tamanha violência?!
ExcluirEU CONCORDO ABSLUTAMENTE COM ALGO A SER FEITO PARA ESSAS POBRES VITIMAS DESSA CRUELDADE ,ISSO É MONSTRUOSO,MEU DEUS EM QUE MUNDO ESTAMOS ,A ONU
ExcluirQUE SE MANIFESTE EM FAVOR DESSAS VITIMAS! Lamentável
Depende de nós, povos ocidentais, mente mais aberta com uma cultura mais evoluída denunciarmos e levarmos ao conhecimento do maior numero de pessoas para que seja feito alguma coisa a favor dessas mulheres e futuras mulheres traumatizadas.
ExcluirMinha nossa, que coisa mais estúpida!!! As vezes é difícil de entender porque tanta barbaridade praticada por um ser humano. É de chorar, putz
ExcluirBARBÁRIE EXPLÍCITA INFELIZMENTE, EMBORA, PORÉM, ENTRETANTO, TODAVIA SEJA SUA CULTURA.
ResponderExcluirAcredito que ja tenham abolido de sua cultura essa prática criminosa, afinal os direitos humanos é uma lei universal.
ExcluirAlice Venuti, seu comentário é adequado ao Pais das Maravilhas. Acho que você "vê nuti". Ou seja, vê nada além do matiz cor-de-rosa . Acorda filha, o Diabo existe.
Excluirum tal povo que pratica tal monstruosidade devia ser eliminado da face da terra... Malditos sejam! Já pensou, uma chota sem grelo? Quanto a ONU é uma grande filha da puta, seus interesses são outros...
ResponderExcluirIsto é apenas uma cultura , nao deve ser julgada. Nao tem de mudar nada na cultura dos outros povos .
ResponderExcluirUma cultura machista. Porque nao cortam do homem também? Asssim não nasceriam tantas crianças!
Excluirbarbárie é falar em femEnino.
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