sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CANIMBALISMO– Ritual Macrabo

Canibalismo é quando um ser é capaz de comer parte ou até mesmo todo o corpo de um indivíduo da mesma espécie. O canibalismo é comum em rituais satânicos onde um indivíduo é sacrificado para algum deus e os adeptos da religião acreditam que ao comer sua carne receberá toda sua força e seu poder.

O canibalismo não foi uma perversão moral dos selvagens nem costume de algumas raças, mas uma prática inerente ao homem em todas as latitudes do Globo. Basicamente, sempre houve duas razões para a antropofagia: a alimentação e o ritual (religioso ou social). Em quase todo o mundo, praticou-se o canibalismo tanto gastronômico como ritual, porém, nos séculos mais recentes, predominou a motivação epicurista - os povos canibais achavam a carne humana deliciosa!


Ao matar uma pessoa de forma violenta, os antigos acreditavam que se produzia uma liberação de poderosa energia que poderia ser manipulada para diversos fins por pessoas especiais: sacerdotes, reis, mestres. Para obter o máximo proveito dessa "força", era preciso derramar sangue na boca dos ídolos (esculturas) e comer certas partes dos corpos das vítimas, como o coração, a cabeça e os músculos. Era crença que somente reis e sacerdotes podiam consumir o sangue, porque a sua enorme potência causaria loucura em pessoas despreparadas.

A distribuição dos pedaços do corpo podia seguir uma certa ordem: em alguns povos, o cadáver era repartido em tantas partes quantos os guerreiros que haviam participado da captura, respeitado o limite de seis, para que todos ficassem saciados. Os músculos e os braços eram muito apreciados, assim como os pés, que consta serem uma das partes mais saborosas do homem. Na Nova Zelândia, ao sacerdote cabia comer também o coração, mas na África este órgão era petisco destinado somente aos chefes tribais. No Senegal, os sacerdotes preferiam comer o fígado (literalmente). De forma geral, os reis e sacerdotes tinham a conveniente e gastronômica crença de que comer o coração do guerreiro mais valente capturado lhes transmitiria a sua valentia.

Os mexicanos gostavam de cozinhar os despojos com milho e sal, mas sem usar a popular pimenta. Já os prisioneiros e as crianças devoradas em honra a Tlaloque (divindade relacionada à água) eram cozidos com talos de abóbora e flores, após serem engordados durante semanas para que o festim fosse mais satisfatório ao paladar. Há registros indicando que a carne humana tinha o sabor semelhante à do porco. Nas sociedades bastante primitivas, a carne era repartida entre todos e não havia qualquer ritual. Quanto maior o nível cultural dos povos, mais rigorosa era a hierarquização da partilha - afinal, somente os "eleitos" podiam desfrutar do poder transmitido pelo canibalismo.

Na história, os canibais mais conhecidos são os astecas que sacrificavam e comiam os guerreiros prisioneiros de guerra de outras tribos. O canibalismo perante a lei é crime e o canibal praticante pode ser processado por mutilação e profanação de cadáver, além de desrespeitar o ser humano.

Os gregos, segundo a sua mitologia, foram antropófagos; Aquiles imolou na pira centenas de jovens; quando os filhos de Israel entraram na "terra da promissão", encontraram as fornalhas do deus Baal, onde se assavam crianças. Destes sacrifícios humanos derivaram os de animais, como a imolação de reses no Templo de Salomão, que evoluíram até a "perfeição" dos frigoríficos atuais, que produzem a picanha, o pernil e o frango de nossas mesas. O canibalismo deixou rastros nas Américas do Sul, Central e do Norte, Austrália, Nova Zelândia, Polinésia, Europa, Ásia, África - enfim, em todos os cantos da Terra.


Quando os espanhóis aportaram no México, os sacrifícios estavam no auge, bem como os banquetes onde o prato principal era a carne humana. Os mexicanos ainda guardam a mesa de pedra entalhada e a faca de obsidiana (pedra cortante, de origem vulcânica) com que os sumos sacerdotes abriam o peito e arrancavam o coração ainda palpitante das vítimas, seguradas na pedra por cinco auxiliares vestidos de preto. Assim eram sacrificadas - e comidas - cerca de 20 mil pessoas por ano.

Na Espanha, o cerco romano às cidades de Astapa, Numancia e Calagurris, quase 150 anos antes de Cristo, provocou o canibalismo consentido e o suicídio coletivo da maior parte das respectivas populações. Na Irlanda antiga, como no México, a imolação de seres humanos esteve em voga. Os pais irlandeses imploravam aos deuses que os conservassem vivos até o dia do casamento da filha. Nesta festa, a sogra era abatida e servida como churrasco, após ser engordada para esta ocasião durante meses.

Entre os tártaros, quando acabavam as provisões de carne, as cozinheiras exigiam dos comandantes a entrega dos prisioneiros de guerra ou de crianças órfãs para servirem de refeição. Já o corpo dos condenados à morte tinha o mesmo fim, porém, outra finalidade: os sentenciados eram executados em praça pública e seus despojos distribuídos entre o clã; acreditava-se que o consumo da carne de criminosos imunizava contra impulsos mórbidos, uma espécie de vacina contra tendências criminosas.

Embora pareça que a antropofagia coletiva ocorreu no passado distante, ela foi praticada até meados do século passado, e ainda hoje existem casos isolados. Em 1947, quando o rei da Inglaterra visitou as tribos negras da África do Sul, os guerreiros bantus, em sinal de amizade, bradaram: "Traga os seus inimigos! Queremos comê-los!". O cruel ditador Idi Amin Dada, de Uganda, na década de 1970, seguia a tradição de comer o fígado de seus muitos inimigos - em público, com TV. As poucas jovens que se recusaram a ter relações sexuais com ele foram estupradas e depois tiveram seus clitóris mastigados. Já o Imperador da República da África Central, Jean Bokassa, nessa mesma época, preferia crianças, que escolhia nas salas de escolas primárias.

Ainda no século 20, durante a guerra entre os EUA e o Japão, os soldados americanos encontraram açougues na Nova Guiné que vendiam carne de moças jovens e bem tratadas. Também as tropas alemãs, ao invadirem a cidade de Kiev, na Ucrânia (ex-URSS), em 1941, ficaram horrorizadas ao verem carne humana vendida a quilo nas lojas do belíssimo Mercado Municipal, que existe ainda hoje. Os "açougueiros" soviéticos foram presos e imediatamente enforcados. É curioso que a moral apurada destes soldados não os tivesse impedido de fuzilar friamente, nesta mesma ocasião, os quase 100 mil judeus que moravam na cidade. Existem também relatos de canibalismo em situações extremas de fome, principalmente em invernos rigorosos. Um dos mais famosos é o caso do avião que caiu nos Andes em 1972.

Entre os selvagens brasileiros até pode ser aplicável em raros casos, mas o que prevalecia mesmo eram o gosto pelo churrasco humano e o sentimento de vingança pelo inimigo. Em várias aldeias, principalmente dos tupinambás, a carne humana era estocada como alimento e a vítima mantida presa e sob engorda por semanas ou meses. Mas nem sempre se esperava para consumir a criatura. Durante lutas entre tribos, havia casos de canibalismo logo após a captura do inimigo, para saciar o apetite dos guerreiros e suas famílias. E como os nossos índios apreciavam muito a carne humana, volta e meia invadiam outras aldeias exclusivamente para obter o petisco.

Fonte: http://www.serqueira.com.br/mapas/canib1.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela participação, assim que possível darei retorno.