domingo, 26 de dezembro de 2010

MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA


(conhecida por excisão feminina ou Circuncisão Feminina).

É uma pratica realizada em vários países principalmente da África, e da Ásia, que consiste na amputação do clitóris da mulher de modo a que esta não possa sentir prazer durante o ato sexual.

Faz parte da cultura africana, mas que também se faz presente no mundo árabe. Ritual sacrificial de iniciação de características machistas. A iniciação feminina africana tem o mesmo significado profundo que a dos outros povos. É um rito de maturidade, uma dramatização da ruptura com a infância e o ingresso na condição de adulto. O órgão sexual é o símbolo da vida: cortá-lo é como que abrir as. Hoje, existem mais ou menos 140 milhões de mulheres que foram “iniciadas”, principalmente em países da Africa Subsaariana, no sudeste asiático e no Oriente Médio. Mas os índices mais altos dessa “iniciação” são registrados no Iêmen, Indonésia e Malásia. Mas também é registrado essa prática em países da Eupora, como a França, que segundo as estimativas do Ined ( Instituto Nacional de Estudos Demográficos da França ), de 42 mil a 61 mil mulheres sofreram a remoção do clitóris.

3 os tipos de mutilação genital:
Tipo I: Clitoridectomia ou sunna – Consiste na remoção do prepúcio do clítoris , pode também incluir a remoção completa do clítoris. Procedimento: o clítoris é seguro entre o dedo polegar e indicador, puxado para fora e amputado com um corte de um objeto afiado. O sangue é estancado através de gazes ou outras substâncias e é aplicado um curativo.
Tipo II: Excisão – Baseia-se na remoção do prepúcio e do clítoris com parcial ou total excisão dos pequenos lábios. Procedimento: a principal diferença neste tipo é gravidade do corte.
Normalmente o clítoris é amputado e os pequenos lábios são removidos total ou parcialmente, muitas vezes com um mesmo golpe. O sangue é estancado com ligaduras ou com alguns pontos, que podem ou não cobrir parte da abertura vaginal.
Tipo III: Circuncisão faraônica ou infibulação – Consiste na remoção do prepúcio, do clítoris , dos pequenos e grandes lábios. Procedimento: Os grandes lábios são unidos através de pontos ou espinhos/picos e as pernas são atadas durante 2 a 6 semanas. É deixada uma pequena abertura para permitir a passagem de urina e sangue menstrual (tem normalmente 2-3 cm de diâmetro, mas pode chegar a ser tão pequena como a cabeça de um fósforo). Se depois da infibulação a posterior abertura for suficientemente grande, a mulher poderá ter relações sexuais depois da gradual dilatação, que pode demorar semanas, meses ou, em alguns casos, cerca de 2 anos. Se a abertura for demasiado pequena, tradicionalmente recorre-se à defibulação antes de se ter relações sexuais, normalmente efetuada pelo marido ou um parente feminino usando uma faca ou pedaço de vidro. Em quase todos os casos de infibulação, é necessário recorrer a defibulação durante o parto para permitir a saída do feto e, para tal, é essencial a ajuda de uma parteira pois podem ocorrer complicações para a mãe e/ou o feto.
Tradicionalmente, a re-infibulação é feita após a mulher dar à luz. Este procedimento visa criar a ilusão de virgindade, já que uma pequena abertura vaginal é culturalmente entendida como capaz de dar maior prazer ao homem. Devido aos cortes e suturas repetidos, as conseqüências físicas, sexuais e psicológicas da infibulação são maiores e mais duradouros do que os outros tipos de MGF .

Dentre todas as mulheres sujeitas à mutilação genital, 80 a 85% são vitimas dos tipos I e II, e as restantes 15 a 20% do tipo III. (Xalmer) http://www.xalmer.com/blog/?p=378

Ofensa aos direitos humanos:

A Mutilação Genital Feminina é um costume sócio-cultural que causa danos físicos e psicológicos irreversíveis, e ainda, é responsável por mortes de meninas. Pode variar de brandamente dolorosa a horripilante, e pode envolver a remoção com instrumentos de corte inapropriados (faca, caco de vidro ou navalha) não esterilizados e raramente com anestesia. Viola o direito de toda jovem de desenvolver-se psicossexualmente de um modo saudável e normal. E, devido ao influxo de imigrantes da África e do Médio Oriente na Austrália, no Canadá, nos EUA e na Europa, esta mutilação de mulheres está se tornando uma questão de Saúde Pública. Algo que não se deve desconsiderar são os custos do tratamento contínuo das complicações físicas resultantes e os danos psicológicos permanentes. Têm-se promulgado leis para ilegalizar e criminalizar esse costume. Embora muitos códigos penais não mencionem directamente os termos Circuncisão Feminina ou Mutilação Genital Feminina, é perfeitamente enquadrado como uma forma de "abuso grave de criança e de lesão corporal qualificada". Vários organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saude (OMS), tem envidado esforços para desencorajar a prática da mutilação genital feminina. A Convenção sobre os Direitos da Criança, assinada em Setembro de 1990, considera-a um ato de tortura e abuso sexual  .

Problemática sócio-cultural:

A Mutilação Genital Feminina é considerado no mundo ocidental um dos grandes horrores do continente africano. A sua prática está cercada de silêncios e é vivida em segredo. Manifestar-se contra esse costume é difícil e, às vezes, perigoso para mulheres ou homens que se opõem. Em muitos casos, são acusados de ser contra as tradições ancestrais - dos valores familiares, tribais, e mesmo de rejeitar seu próprio povo e sua identidade cultural.
Milhões de pessoas bem intencionadas são desinformadas o que as levam a crer que a Mutilação Genital Feminina é benéfica. A educação  e o diálogo são a única maneira de realmente combater os conceitos errados e a superstição. Para a cultura ocidental uma forma de mudar esta mentalidade é educar as mulheres mais velhas que perpetuam esse costume, bem como dos homens mostrando os danos físicos e psicológicos. Normalmente, é o pai que paga para a realização da "cirurgia", para que possa casar suas filhas com homens que não aceitam mulheres incircuncisas. Outro motivo da continuação desse ritual é que é uma importante fonte de rendimento para os que a realizam. Mesmo quando médicos a realizam em algumas clínicas, na tentativa de evitar que as meninas sofram os riscos e traumas resultantes de ablações anti-higiênicas e sem anestesia, todavia, ainda assim para o ocidente considera-se que se trata de mutilação genital feminina. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mutila%C3%A7%C3%A3o_genital_feminina)

2 comentários:

  1. Absurdo, Absurdo, Absurdo... e quantos mais o folego puder dizer ABSURDO.
    Que aconteça alguma coisa sobrenatural da parte de Deus se for preciso para que isso acabe de vez nesses lugares.
    E que extermine para sempre esse sofrimento desas meninas.
    Um Dia Feliz será quando esse Dia chegar.

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  2. Se o mundo denunciar, acredito que isso deixe de ser uma prática, embora faça parde da cultura desse povo.

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Obrigada pela participação, assim que possível darei retorno.