Enquanto na linguagem
popular a palavra demência tem a conotação de loucura, em medicina é usada
com o significado de declínio adquirido, persistente, em múltiplos
domínios das funções cognitivas e não cognitivas. O declínio das
funções cognitivas é caracterizado pela dificuldade progressiva em
reter memórias recentes, adquirir novos conhecimentos, fazer
cálculos numéricos e julgamentos de valor, manter-se alerta, expressar-se
na linguagem adequada, manter a motivação e outras capacidades superiores.
Perder
funções não cognitivas significa apresentar distúrbios de comportamento que vão
da apatia ao isolamento e à agressividade.
Doença
de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de
idade. A causa da doença é desconhecida. O risco é mais alto em pessoas que têm
história familiar de Alzheimer ou outras demências. Há pequeno
predomínio da doença entre as mulheres. Para quem chegou aos 65 anos, o
risco futuro de surgir Alzheimer é de 12% a 19% no sexo feminino; e de 6%
a 10% nos homens.
A aquisição
de conhecimentos cria novas conexões entre os neurônios (sinapses) e
aumenta a reserva intelectual, fatores que retardam o aparecimento das manifestações
de demência. O analfabetismo e a baixa escolaridade estão associados à
maior prevalência.
Os doentes
apresentam cérebros atrofiados de forma difusa, mas não uniforme; as áreas
mais atrofiadas são principalmente as que coordenam atividades
intelectuais. As alterações cerebrais precedem as manifestações clínicas
por 20 a 40 anos.
Quadro clínico
A população de mulheres e homens com mais de 65 anos é
a que mais cresce no Brasil e em outros países. Com o aumento da longevidade, é
cada vez mais comum o aparecimento de quadros neuropsiquiátricos caracterizados
pelas seguintes manifestações:
* Falta de memória para acontecimentos recentes;
* Repetição da mesma pergunta várias vezes;
* Dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos
complexos;
* Incapacidade de elaborar estratégias para resolver
problemas;
* Dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos
conhecidos;
* Dificuldade para encontrar palavras que exprimam idéias ou
sentimentos pessoais;
* Irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade,
passividade, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos,
tendência ao isolamento.
A
doença se instala de forma insidiosa, com queixas de dificuldade de memorização
e desinteresse pelos acontecimentos diários, sintomas geralmente
menosprezados pelo paciente e familiares.
Inicialmente
é comprometida a memória de trabalho, memória de curta duração que nos
permite exercer a rotina diária. Os pacientes esquecem onde deixaram as
chaves do carro, a carteira, o talão de cheques, o nome de um conhecido.
Com o tempo, a pessoa larga as tarefas pela metade, esquece o que foi
fazer no quarto, deixa o fogão aceso, abre o chuveiro e sai do banheiro,
perde-se no caminho de volta para casa.
Caracteristicamente,
esses “esquecimentos” se agravam quando o paciente é obrigado a executar
mais de uma tarefa ao mesmo tempo. A perda de memória é progressiva e
obedece a um gradiente temporal, segundo o qual a incapacidade para
lembrar fatos recentes, contrasta com a facilidade para recordar o
passado.
As
primeiras habilidades perdidas são as mais complexas: manejo das finanças,
planejamento de viagens, preparo de refeições. A capacidade de executar
atividades mais básicas como vestir-se, cuidar da higiene ou alimentar-se,
é perdida mais tardiamente.
Com
o tempo a dificuldade de aprendizado se acentua. Quando colocamos o paciente
diante de uma lista de palavras e pedimos que as evoque ao terminar de
memorizá-las, o desempenho é medíocre.
A
linguagem, comprometida discretamente no início do quadro, torna-se vazia,
desprovida de significado, embora a fluência possa ser mantida. A
orientação espaço-visual se deteriora, criando dificuldade de orientação e
de reconhecimento de lugares anteriormente bem conhecidos.
O
quadro degenerativo se estende às funções motoras. Andar, subir escadas,
vestir-se, executar um gesto sob comando, tornam-se atividades de execução
cada vez mais problemática.
A
percepção das próprias deficiências, preservada no início, fica gradualmente
comprometida. Na fase avançada, mutismo, desorientação espacial,
incapacidade de reconhecer faces, de controlar esfíncteres, de realizar as
tarefas de rotina, pela alteração do ciclo sono/vigília e pela dependência
total de terceiros são sintomas característicos da doença.
Dos
primeiros sintomas ao óbito a sobrevida média é de 6 a 9 anos.
Pessoas que
apresentem manifestações como essas devem ser acompanhadas de perto, porque uma
parcela significativa delas evolui para quadros de demência. Calcula-se que de
10% a 15% das que atingem 65 anos já apresentem sinais da enfermidade. Daí em
diante, a prevalência cresce 3% ao ano, até atingir quase 50% das que chegam
aos 85 anos.
Entre
os quadros de demência, o mais comum é a doença de Alzheimer, descrita em 1907
pelo neurologista alemão Alois Alzheimer. Estima-se que, no mundo, haverá 22
milhões portadores desse mal em 2025.
Estágios
De
acordo com a intensidade do quadro degenerativo há três estágios clínicos:
leve, moderado ou grave.
Existe
grande variabilidade na duração desses estágios. Em alguns casos os sintomas
evoluem lentamente possibilitando a manutenção de níveis funcionais razoáveis
por muitos anos; em outros, a deterioração é mais rápida, mas ocorre em
velocidade constante; em outros, ainda, a doença evolui em surtos de piora
seguidos de fases de estabilidade que chegam a durar um ano ou mais.
Os
estudos mostram que a duração de cada estágio também é extremamente variável.
Em média, o primeiro estágio tem duração de 2 a 10 anos; o segundo, de 1 a 3
anos; e o terceiro, de 8 a 12 anos.
Esses estágios podem ser subdivididos em sete outros, com as
seguintes características:
1 – Pré-clínico: silencioso; sem perda cognitiva observável;
2 – Transtorno cognitivo leve: primeiras evidências de perda
cognitiva;
3 – Forma leve: esquecimentos; familiares e amigos notam o
problema;
4 – Forma moderada: confusão mental; agitação; ansiedade;
apatia;
5 – Forma moderadamente grave: não consegue lidar com
afazeres pessoais; desorientação no tempo e espaço; dependência;
6 – Forma grave: necessita de cuidados em tempo integral;
incontinência urinária e fecal; delírios; obsessões; frequentemente requer
internação;
7 – Forma muito grave: perda da fala; incapacidade de
locomoção; perda da consciência.
Tratamento
medicamentoso
A
Alzheimer é uma doença terrível para quem a têm e para quem acompanha, se uma
mudança de comportamento pode de alguma maneira ajudar, Vale a pena tentar!
O que
fazer para repulsar ou contrariar essa doença?
Para contrariar essa tendência, é necessário praticar
exercícios 'cerebrais' que
fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na
tarefa. O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas,
obrigando o cérebro a um trabalho adicional.
Dicas
para estimular o cérebro e contrariar o Alzheimer:
- Usar o relógio de pulso
no braço direito;
- Escovar os dentes com a
mão contrária da de costume;
- Andar pela casa de trás
para frente;
- Vestir-se de olhos
fechados;
- Estimular o paladar,
comer coisas diferentes;
- Ver fotos de cabeça para
baixo;
- Ver as horas num espelho;
- Utilizar um novo percurso
na deslocação para o trabalho.
Também pode estimular através da leitura, resolução de palavras cruzadas,
jogos que exija memória, etc.
São
dicas simples que podemos tentar seguir, pelo menos de vez em quando.
Os
holandeses costumam afirmar orgulhosos que Deus criou o mundo e os holandeses,
a Holanda. Eles fizeram um milagre com seu terreno pantanoso, construindo
diques, criando terras férteis e erguendo cidades.
Um teste que pode ser feito em casa e leva menos de 15 minutos
para ser finalizado está sendo considerado uma ferramenta confiável para avaliar
as habilidades cognitivas de
uma pessoa - e assim ajuda a identificar os primeiros sinais de doenças
como o Mal de Alzheimer ou uma demência em estágio inicial.
O exame consiste em algumas perguntas sobre orientação (como "que dia é
hoje?"), linguagem (fluência verbal e capacidade de dar nomes a imagens),
raciocínio (capacidade de abstração aliada a cálculos), resolução de problemas
e capacidade de lembrar de fatos recentes. Das 1,047 pessoas testadas no centro
médico onde o teste foi desenvolvido, 28% tiveram identificado algum índice
de comprometimento cognitivo. O teste é feito a pedido de um médico
e depois de pronto, devolve para o médico.
Atividade
/ lazer
Os contatos com plantas,
flores, pequenos animais de estimação, entre outras atividades lúdicas, têm
sido referidos por diversos pesquisadores como benéficos para portadores de
Demência, especialmente aqueles que apresentam alterações de comportamento como
agitação e agressividade. A
atividade devem ser supervisionadas.
Ver fotos de pessoas queridas é
um excelente passatempo, mas escolha fotos que marcaram eventos felizes para evocar
lembranças agradáveis. Lembre-se que a memória remota está preservada, e por
isso o paciente pode passar agradáveis momentos revendo momentos marcantes da
sua vida. Os filmes
antigos também costumam ser bem vindos para aqueles pacientes que gostavam de
cinema. Fitas de vídeo, portanto, podem ser excelentes opções de lazer.
Pacientes bem alimentados, com
atividades regulares durante o dia, não costumam “assaltar a geladeira” à
noite. O paciente deve receber seis refeições diárias e a dieta leve e
fracionada, ou seja, pequenas quantidades de cada vez. Retire os
estímulos visuais, como fruteira, baleiros, potes de biscoitos, etc. e mantenha
a geladeira limpa.
Leiam mais em:
http://abraz.org.br/sobre-alzheimer/evolucao-da-doenca
http://www.alzheimermed.com.br/
Muito interessante, Parabéns
ResponderExcluirGostei do conteúdo,minha vó morreu de Alzheimer
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