Em alguns países a obesidade é
sinônimo de beleza e riqueza, e a magreza é até mesmo associada à tristeza. De acordo com a Organização
Mundial de Saúde, a obesidade virou uma epidemia mundial. Uma pessoa em cada grupo de nove
indivíduos está acima do peso considerado ideal pelos padrões
médicos. Governos de vários países fazem campanhas pesadas contra a obesidade.
Mas existem nações na contramão da balança! Nelas, pessoas gordinhas - principalmente
mulheres - são reverenciadas!
Na Mauritânia, empobrecido
pais africano, fincado no meio do deserto do SAARA, uma das regiões mais pobres
do mundo, se esconde um segredo chocante: uma geração de mulheres incapacitadas
por serem gordas demais devido a prática do leblouh
(alimentação forçada) possui contornos de filme de terror.
Na infância as mulheres são obrigadas a comer muito além do que seus corpos poderiam
suportar. Meninas com apenas cinco anos são “internadas” em fazendas
de engorda para esposa e, sob a
supervisão de mulheres mais velhas da tribo, chamadas de
“engordadoras”, são obrigadas a engolir leite de camelo
incessantemente. E, se vomitarem, podem ser obrigadas a comer o próprio vômito
na mesma hora.
A prática ocorre principalmente nas férias
escolares ou na estação das chuvas. Além da alimentação bizarra, as
“engordadoras” ainda ficam passando rolos de pau nas coxas, barriga e
lombo das meninas para romper tecidos e agilizar a engorda. Até hormônios
animais e medicamentos ilegais são utilizados. A prática alcança
cerca de 11% das meninas mauritanas e o governo conservador local, fruto de um golpe
militar realizado em agosto de 2008, não faz nada para resolver o
problema.Tudo isso pra conseguir
um casamento.
Tradicionalmente no país, a obesidade é tida como sinônimo de
beleza e riqueza, uma vez que a fome e subnutrição são os principais problemas
nacionais.. Um costume entre os homens é se divorciarem de mulheres que não
conseguem manter a cintura volumosa após a gravidez. A prática do
"gavage" (pela qual o ganso é submetido a uma dieta com alto teor de
amido para que o fígado dilate e, assim, seja retirado a fim de virar o famoso
patê de foie gras) é usada com meninas. Só que elas são superalimentadas com
leite de fêmeas de camelo.
Quanto mais pneuzinhos, estrias e celulite, mais desejada é
a mulher. "É um sinal de que a família dela tem dinheiro", diz o
rapaz. "As magras não são boas pra namorar", afirma o mais velho.
Longe da cidade, no
deserto dominado pelas secas e pela fome, a tradição resiste com força. As
famílias aguardam ansiosas pela chuva. Com a chuva, as vacas vão ter o leite
necessário para engordar as meninas. Quanto mais leite elas tomam, mais cedo
entram na puberdade e então ficam prontas para casar.
A tradição permanece ao longo dos anos, as mulheres
confessam que mesmo com dificuldades para andar e dores nas articulações, fazem
de tudo para ganhar peso. Quando falta comida, todas vão atrás de remédios,
pílulas que fazem engordar.
Com a chegada da chuva, só os meninos são vistos
brincando. As meninas ficam em casa. É hora de engordar. A família desta menina
sorridente mostra com orgulho o ritual para a televisão. Souadu tem 10 anos, e há pelo menos dois
vem sendo engordada à força pela avó.
Entre
as mulheres da Mauritânia, o ritual é visto como uma prova de amor. A garantia
de um futuro melhor. “A mulher gorda é linda”, diz a avó. Longe da família,
Soadu confessa: ela não quer ser gorda. Tem medo de ficar incapaz. Por isso,
várias vezes ao dia, a menina coloca o dedo na garganta e bota tudo para fora.
Nos últimos anos, entidades de direitos humanos vêm
brigando para acabar a tradição que tortura meninas em pleno século 21.
Campanhas alertam para os perigos da obesidade. E a pratica de exercícios é
incentivada. Mas acabar com a ditadura da beleza na Mauritânia - assim como em
qualquer parte do mundo - depende mesmo é das mulheres.
Essa prática absurda também traz à tona uma ampla discussão
cultural. Enquanto nas tribos mauritanas a gordura é valorizada e, por
conta disso, são cometidas barbáries contra crianças, será que nossa
cultura ocidental de valorização da magreza também não é tão absurda
quanto, já que gera problemas como bulimia e anorexia?
Em alguns outros países da África e Ásia existem os mesmos costumes da Mauritânia.: A Importância da obesidade feminina.
Em algumas regiões do Afeganistão,
Na terra dos talibãs, fertilidade é costumeiramente associada a quilinhos a
mais em algumas regiões. A burca costuma esconder o formato do corpo, mas silhuetas faciais mais arredondadas
são apreciadas.
No Taiti, ilha na Polinésia Francesa, as mulheres são reverenciadas
por suas formas “arredondadas”. Lá é o berço da prática conhecida como
“ha’apori”, ou “engordação”. A bela ilha na Polinésia Francesa é berço da
prática do ha'apori. Traduzindo: "engordação". Jovens mulheres são estimuladas a comer
muito, com muito carboidrato e água de coco a fim de se apresentarem a chefes
de tribos, que analisam beleza e fertilidade. Mulheres
taitianas são reverenciadas por suas formas arredondadas.
Nauru, país do
Pacífico Sul, tem o maior índice de diabetes do mundo: 31% da população. Por
lá, mulheres gordas também são vistas como mais férteis. É conhecido pelo
apreço que demonstra pela obesidade. O país do Pacífico Sul quase não tem áreas
agrícolas e importa toneladas e toneladas de comidas processadas de Austrália e
Nova Zelândia. Nele, mulher gorda também é vista como mais fértil.
Em Tonga,
um arquipélago do Pacífico, a mulher é considerada mais bonita quanto mais
gordinha for. Do total de 114 mil habitantes de Tonga, 100 mil estão acima do
peso.
No Kuwait, país do Golfo Pérsico, a tradição diz que gordura é sinal
de riqueza. Dados oficiais revelam que 52% das mulheres com mais de 15 anos são
obesas.
Problemas cardiovasculares
lideram o ranking de causas de mortes no país do Golfo Pérsico. Segundo os
números oficiais, 52%
das mulheres acima de 15 anos estão obesas! De acordo com a
tradição local, gordura
é sinal de riqueza.
Na Jamaica,
cerca de 65% das mulheres estão obesas. O jamaicanos tendem a associar magreza
com tristeza e gordura com alegria. Na ex-colônica britânica do Caribe, cerca
de 65% das mulheres são classificadas como obesas. Pesquisas mostram que o
jamaicanos tendem a
associar magreza com tristeza e gordura com alegria.
Outro país onde a obesidade é “normal” é Samoa, no Pacífico. De acordo com
estudos genéticos, a população local está preparada para estocar calorias
extras no tecido adiposo. A partir da Segunda Guerra Mundial, o país trocou a
dieta baseada em frutos do mar e ado por outra, com muitos alimentos
processados. Estudos genéticos mostram que os samoanos são preparados para
estocar calorias extras no tecido adiposo. Assim, a população tende a ser GG.
Obviamente, ser gordo
por lá é ser "normal".
Na África
do Sul, a associação entre magreza e Aids levou a população a ter uma visão
ruim dos mais magros. Por causa da
associação entre magreza e Aids, a população passou a ter uma visão negativa dos mais magros.
Além disso, em uma sociedade com um abismo entre pobres e ricos, é normal
imaginar que uma pessoa mais gorda possui status financeiro mais elevado.
Fontes pesquisadas:
Marie Claire americana
(edição de outubro).